sábado, 28 de julho de 2012

Mate amargo

MATE AMARGO

Verde como as coxilhas
Que se perdem no horizonte
Muitas vezes já foi fonte
De inspiração do campeiro
Por trazer neste teu cheiro
De mata crioula e do pago
Um sabor de doce amargo
E as tradições da campanha
Junto com um gole de canha
Formando parceiros de trago

Chimarrão e cordeona
Que parceria baguala
Quando se entra na sala
E se encontra esses parceiros
Aquerenciado com estes gaiteiros
E a postos, no fogo de chão
Dentro de um velho galpão
De pau a pique barreado
Num sentimento entreverado
De charla, poesia e canção

E com a china
Parceira de nossos dias
Dividindo alegrias
Tristeza, sonho e emoção
Cevando, junto ao coração
Sorvendo a felicidade enraizada
De ter ela como amada
Dividindo o porongo moreno
Tornando este mundo pequeno
Não se importando com mais nada

E assim se passam os dias
Num sorver de gole pequeno
Na cuia um tom mui moreno
Na erva a esmeralda reluz
Parecendo cavernas sem luz
Banhadas por água aquecida
Onde o mais rude pede guarida
E se rende de mãos postas a matear
Não importando quanto tenha a lutar
Mas sim a alegria da vida.

Leandro da Silva Melo

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