MATE AMARGO
Verde como as coxilhas
Que se perdem no horizonte
Muitas vezes já foi fonte
De inspiração do campeiro
Por trazer neste teu cheiro
De mata crioula e do pago
Um sabor de doce amargo
E as tradições da campanha
Junto com um gole de canha
Formando parceiros de trago
Chimarrão e cordeona
Que parceria baguala
Quando se entra na sala
E se encontra esses parceiros
Aquerenciado com estes gaiteiros
E a postos, no fogo de chão
Dentro de um velho galpão
De pau a pique barreado
Num sentimento entreverado
De charla, poesia e canção
E com a china
Parceira de nossos dias
Dividindo alegrias
Tristeza, sonho e emoção
Cevando, junto ao coração
Sorvendo a felicidade enraizada
De ter ela como amada
Dividindo o porongo moreno
Tornando este mundo pequeno
Não se importando com mais nada
E assim se passam os dias
Num sorver de gole pequeno
Na cuia um tom mui moreno
Na erva a esmeralda reluz
Parecendo cavernas sem luz
Banhadas por água aquecida
Onde o mais rude pede guarida
E se rende de mãos postas a matear
Não importando quanto tenha a lutar
Mas sim a alegria da vida.
Leandro da Silva Melo
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