ILHA QUE ENCANTA
Moro numa querência
Por demais linda e faceira
Floripa é a terra primeira
Escolhida pelos sulinos
Nestes verões teatinos
Une povos e nações
Dos mais distantes rincões
Do Chile, Brasil, Argentina
Transformam essa menina
Na musa de nossos verões
Tem na sua paisagem
Uma beleza trigueira
Numa estampa brasileira
Mesclada com “los hermanos
Chilenos, Uruguayos, paisanos”
Povos da mesma terra
Que na essência se encerra
Por serem da mesma cria
Uma América Latina bravia
Moldada na peleia e na guerra
¡Oh, Floripa, tu és muy guapa!
Tens praias, campos e cidade
Tens uma capacidade
De agradar a todos passantes
De atrair pra ti viajantes
Que se deslumbram ao vê-la
E muito mais ao conhecê-la
Desde a Ponte Hercílio Luz
Que pra todos daqui traduz
O simbolismo da pátria sinuela
Tens ainda, no continente
Uma herança Charrua
É o Querência da Meia Lua
Semeando tradição neste pago
Matando as saudades que trago
Por deixar minha terra farrapa
Mas nem por aqui escapa
As tradições rio-grandinas
Na essência, ideias sulinas
Na forma rude e mais guapa
São praias e praias que traçam
O perfil da Ilha da Magia
E entre água calma e bravia
Percebo quanta pujança
Deixada aqui de herança
Pelo Patrão Celestial
És um rico manancial
De beleza selvagem e humana
Ilha parceira e hermana
Pra todos, és especial
Não me atrevo a citar todas elas
Pois são muitas as que não conheci
Ponta das Canas, Jurerê, Sambaqui
De índios já foi cemitério
Merece o respeito gaudério
por trazer no teu chão tal herança
Marcado a faca e a lança
Afiadas nas pedras do caminho
De Ingleses e do Santinho
Belezas, que jamais nos cansa
Mas não é só a água salgada
O que tens a nos proporcionar
Muito mais que a água do mar
Tens também a água doce
Numa moldura que, se solita fosse
Já nos encheria de emoção
É a Lagoa da Conceição
No coração do Desterro
Nome que foi primeiro
Batizado este chão
Depois virou Florianópolis
Com carinho chamamos Floripa
Que só ao pronunciar incita
As mais belas lembranças
De férias, de festas, de danças
De momentos felizes aqui
E é o lugar que eu escolhi
Pra viver meus dias futuros
Onde apliquei e vou ganhando juros
Por tanta beleza que outrora não vi
Dos percalços de nossa vida
Tu não tens nada com isso
Trabalho, incomodação, rebuliço
São coisas artificiais
Que tuas belezas naturais
Combatem no dia-a-dia
Parece até rebeldia
Que em momentos de pura tristeza
Tu nos brinda com tua beleza
E nos renova a alegria
Só me resta agradecer
Por existires, Ilha que encanta
Pertences a uma terra Santa
Nossa Santa Catarina
Que a todos os povos ensina
A herança do xucrismo campeiro
Ser um povo hospitaleiro
É tua marca de nascença
Pois tens, como tua crença
Ser o sol do sul brasileiro.
Leandro da Silva Melo
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