quarta-feira, 13 de março de 2013

Churrasqueando

CHURRASQUEANDO


Pinga a graxa na brasa...
É a picanha chamando o fogo
E eu assino a rogo
Por ser o momento especial
Carne, espeto, fogo e sal
É só o que precisa o vivente
Cuia, bomba, erva e água quente
Pra ajudar a digestão
É o que completa a ocasião
E lava a alma da gente

Toda a carne tem um preparo
Próprio e individual
Não são tratadas por igual
Pois cada uma tem um sabor
E o verdadeiro assador
Não deixa a carne queimar
Mantém o suco e um dourar
Que dão água na garganta
E um sabor que a todos encanta
Na hora de churrasquear

A costela pode ser assada
Depois de espetada e com sal grosso
Deixa pro fogo o lado do osso
E controla pra não torrar
Pois depois quando virar
Falta pouco pra ficar pronta
E o gosto de cada um é o que conta
Pra servir, bater o excesso de sal
Faz parte do ritual
Que aos velhos tempos remonta

O vazio ou a fraldinha
Como gostam de chamar
Tem que ter cuidado ao assar
Pois não tem muito osso e gordura
Podendo ficar seca e dura
Se deixar muito tempo assando
Ela vai enrijecendo e secando
Perdendo o sabor de assada
O melhor é servir mal-passada
Pra que todos fiquem apreciando

Temos então, a picanha
A princesa do churrasqueiro
Nunca vai ao fogo primeiro
Pois esta não pode secar
Em torno de um quilo deve pesar
Com uma capa de gordura
É o Rio Grande em miniatura
Manuseada com devoção
Cortada em medalhão
E assada sem muita frescura

E ainda falando em picanha
É tão intenso o seu sabor
Que a muito já deixou o calor
Do fogo e brasa galponeiro
Pra servir, pelo mundo inteiro
Nos melhores restaurantes
Pratos à carne, aos viajantes
Propiciando a todo o mundo
O que sabemos lá no fundo
E saboreamos de muito antes

E tem ainda muitos outros cortes
De gado, porco ou galinha
lingüiça, ripa ou maminha
Opções é que não faltam
E a olhos vistos saltam
A beleza e o sabor do churrasco
Que a despacito eu lasco
Sentindo o sabor da querência
Mescla de sal e essência
Sovada no bater de cascos.


Leandro da Silva Melo



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