domingo, 30 de setembro de 2012

Meu legado

MEU LEGADO


Não sou poeta
Nem escritor
Sou apenas um tradutor
De tudo aquilo que sinto
Falo a verdade e não minto
Às vezes disfarço um fato
Para que no meu relato
Pessoas não se incomodem
Pois ao ver a verdade, elas podem
Não gostar de ver seu retrato

Eu penso tudo que escrevo
Mas não escrevo tudo que penso
E se um dia alguém fizesse um censo
Perguntando qual dom tu querias ter
Com certeza todos iriam dizer
É o de ler o pensamento
Pois assim como sopra o vento
Mudando de lado a biruta
A cabeça de cada um é uma gruta
Que não conhecemos nem meio por cento

Gosto de escrever uns versos
Num velho estilo campeiro
De janeiro a janeiro
Quando me dá inspiração
São palavras do coração
Algumas bonitas, outras fortes
Mas, se contar com alguma sorte
Sai uma poesia das mais lindas
Daquelas que não são findas
Nem mesmo depois da morte

Este será meu legado
Palavras do pensamento
Descrevem cada momento
Que passei por esse mundo
Marcas que riscaram a fundo
Pessoas que mal conheci
Porque por mais tempo que se passe aqui
Ninguém conhece ninguém
E se nos encontrarmos no além
Talvez não lembre que um dia te vi

Mas o nosso mundo é agora
É aqui que temos consciência
E que devemos ter paciência
Pra viver a vida de fato
Os momentos que às vezes cato
Pra registrar em algumas linhas
São palavras que foram minhas
Antes de escrever a poesia
Mas agora, por rebeldia
São do mundo, como andorinhas

Voa meu verso...
Bem alto...
Corcoveia e dá-lhe salto
Galopa pelos quatro cantos
Mostra a todos seus encantos
Diz de mim mais do que escrevi
Porque com certeza eu senti
Mais do que pude expressar
Com palavras do meu linguajar
Do pouco que na vida aprendi.


Leandro da Silva Melo






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