quinta-feira, 18 de abril de 2013

Semeando

SEMEANDO

Uma vez perguntaram ao vivente
Porque semear de três grãos
E não surpreso com a indagação
Passou a explicar com clareza
Que esta é a nossa natureza
De três em três, só vingam alguns
E, às vezes, destes, nenhum
Todos apodrecem na terra
E o começo, por ali se encerra
Na covardia de cada um

Não basta estar tapado de terra
Se sentindo coberto e seguro
O chão pode ser muito duro
E a saída é sempre por cima
Se um deles se anima
Os outros se escoram no toco
Se fingem de besta e de louco
Achando que o tempo não passa
Não servem pra sustentar a raça
E morrem secos no oco

E foi com esta explicação
Que passei a entender alguns fatos
A diferença entre amigos e ratos
Fica latente desta forma
Que enquanto a água está morna
O medíocre por ali se sustenta
Mas quando a água esquenta
É que se conhece o verdadeiro parceiro
Enquanto o covarde pula primeiro
O amigo, no braço, te aguenta

Muitos são os discursos
Poucos são os feitos
E a vida é desse jeito
Muito interesse, poucas verdades
Um festival de vaidades
Um fingimento completo
E se tu quer ser mais direto
Indo pra decidir o assunto
Os “puxas” já chegam junto
E tu não consegue um papo reto

Vou tocando minha lida
Semeando, dia após dia
Vivendo com a nostalgia
E buscando um melhor futuro
Tranquilo, firme e seguro
Me vejo festejando os amigos
Separando o joio do trigo
Irrigando a semente brotada
Capinando e mantendo-a adubada
Só assim, ser feliz eu consigo.


Leandro da Silva Melo




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