quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Dor da Alma

DOR DA ALMA

Um dia disseram
Que a dor é o preço que a alma
Cobra de quem não se acalma
Ao se deparar com a incerteza
Talvez, por pura rudeza
É um preço alto e injusto
Pra quem já levou um susto
E não se adequou à mudança
Que o ontem não deixa herança
E o amanhã vem, a qualquer custo

A dor vem em ondas
Numa sequência crescente
Mantém-se firme e latente
Alheia aos teus clamores
Acostumada aos horrores
Do mundo cruel e insensível
Te olha, com ar desprezível
Perguntando: _ Por que reclamas?
_ Se tu mesmo não te ama?
_ Por que eu sou a horrível?

São tantas coisas na vida
Que devemos dar atenção
Que o “eu” passa em vão
Ficando em segundo plano
E só num momento insano
Lembramos que existimos
Que já fomos um dia meninos
Que após brincar e adormecer
Torcíamos para logo amanhecer
E a brincadeira prosseguirmos

Mas quando a vida dá um basta
Sentimos que o momento é agora
Vivermos o mundo lá fora
Com a dor contida aqui dentro
E pra resistir a tudo, me centro
Me equilibro e me repenso
Me envolvo num clima mais denso
Transformo meu sentir num prisma
E a dor aos poucos se abisma
E recontrolo meu bom senso

Pois bem!
A dor faz parte da vida
E por ser assim dolorida
Nos deixa marcas pulsantes
E nunca seremos como antes
De ter passado esta fase
Servirá como nova base
Para reiniciarmos o caminho
E aprendermos mais um pouquinho
De uma vida que não existe “quase”

Muito menos existe o “se”
E nada é ao acaso
É como nadar no raso
Depois ir mais pro fundo
Assim te ensina o mundo
Em ondas e em jornadas
E a lição vem compassada
Sem retornar ao início
Pra que não pegues o vício
De reclamar da vida, por nada.


Leandro da Silva Melo






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