sábado, 20 de outubro de 2012

Foi assim que aprendi

FOI ASSIM QUE APRENDI


Hoje tem tanta besteira
Que chega dar nojo no vivente
É como uma lavagem na mente
Batendo sempre no mesmo compasso
Tilintando como ferro no aço
Querendo criar uma nova verdade
Transfigurando a realidade
Fazendo da exceção a regra
Esquecendo que taura não se entrega
E nosso credo não está debalde

No tempo que era criança
Ficava até tarde na rua
Meu horário limite era a lua
Quando escurecia a mãe chamava
E a gurizada então dispersava
Não tinha mensagem, nem celular
Porque o combinado era voltar
Assim que a mãe chamasse
E ai se eu não voltasse
E fizesse ela ir me buscar

Hoje em dia a família pena
Não existe respeito por nada
Ninguém domina a gurizada
Que fica na rua até altas horas
E só decidem ir embora
Quando cansam de vadiar
E mesmo assim se põem a gritar
Pelas ruas e avenidas
Como que somente suas vidas
Pudessem no mundo importar

Fui criado diferente
Respeito à mãe e ao pai
E sem dizer muito “ai”
Escutando mais que falando
Aprendendo e me esmerando
Com a vida ensinando o caminho
Devagar, reto e certinho
Sem reclamar do destino
Apurando sempre o tino
Fazendo da água o vinho

Hoje vejo muita frescura
Só falam de bullying e assédio moral
O Top é ser bi ou homossexual
O mundo virou de ponta-cabeça
E eu digo, pra que ninguém esqueça
Pau que nasce torto morre envergado
Coisas que vejo hoje, fico envergonhado
Meninas de boca suja se acham as tais
Perderam a inocência e os preceitos morais
Má educação e vadiagem vão lado-a-lado

A gente botava apelido nos outros
E eles nos apelidavam também
E isso nunca matou ninguém
Porque aceitávamos a brincadeira
Ríamos da turma inteira
Porque a amizade era sincera
Hoje a gurizada se enterra
Levando uma vida virtual
Nem sequer conhece o quintal
E nem sabe o que é brincar na terra

Levam armas pro colégio
Ofendem professor e colegas
Vivem num mundo às cegas
Se achando personagem de jogo
Acabam se queimando no fogo
Do próprio inferno criado
Solitário e mal-amado
Cheios de problemas sociais
Culpando seus próprios pais
De não terem os educado

Vivemos num mundo assim
Tão diferente e tão mudado
Recordo do meu passado
De guri brincando na rua
No sol forte ou sob a lua
E até hoje estou aqui
Firme e forte, pois senti
As experiências no viver a vida
com respeito e amor à lida
pois foi assim que aprendi.


Leandro da Silva Melo

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